A
queda da da temperatura, ocasionada pela estação mais fria do ano, pode
desencadear momentos em que há uma diminuição da circulação sanguínea ao
músculo cardíaco, ocasionando angina cardíaca ou até mesmo um infarto agudo do
miocárdio associado ou não à morte súbita.
É
o que alerta Alexandre Cury, cardiologista do Bronstein Medicina Diagnóstica.
Segundo
o especialista, o organismo internamente se ressente do inverno e, com isso, os
riscos de problemas cardíacos também aumentam nessa época.
Segundo a American Heart Association
(Associação Americana do Coração), o inverno aumenta de 20% a 25% a incidência
de doenças cardiovasculares. Os riscos crescem em especial para pessoas que já
apresentam alguma predisposição e para aquelas que sofrem de problemas do coração.
Cury
explica que isso ocorre porque as reações do organismo em baixas temperaturas
(hipotermia) sobrecarregam o sistema cardiovascular, que precisa trabalhar mais
no frio para manter o equilíbrio térmico.
Essas reações incluem constrição (espasmos)
dos vasos sanguíneos, respiração superficial pela boca e aumento da frequência
cardíaca.
"Com o frio, ocorre alteração no calibre
dos vasos, principalmente das artérias, fazendo o sangue circular menos até o
coração. Isso pode causar desde isquemia no coração (falta de circulação nas
artérias coronárias) até angina (um tipo de dor no peito)", diz.
O
cardiologista alerta que, para os idosos, os perigos são ainda maiores. Nas
doenças cardíacas, o frio pode agravar os sintomas da angina de peito, aumentar
a tensão arterial e o risco de o idoso ter um acidente cardiovascular.
Cury
lembra que, no período do inverno, o organismo está mais suscetível às doenças
virais, que podem promover uma demanda maior de esforço do organismo, causando
desequilíbrio do músculo cardíaco, promovendo quadros de insuficiência cardíaca
em que o principal sintoma é a falta de ar durante os esforços.
As
pessoas devem cuidar dos hábitos alimentares no inverno, que se alteram nessa
época, e devem praticar exercícios físicos mesmo com baixas temperaturas.Geralmente, as pessoas optam por alimentos
mais pesados no inverno, ricos em gordura, e diminuem a frequência das
atividades físicas. "Essa combinação pode ocasionar descontrole dos
fatores de risco para doenças cardíacas", finaliza.